No dia 16 deste, a Câmara
Federal deu continuidade a votação das propostas de uma “Reforma Política” tão
propalada, esperada, mas, não contemplada ao anseio de uma boa parte da
população que contesta pontos tais como financiamento privado, voto distrital
e reeleição.
Ocorre que uma das oportunidades
de se salvar alguma coisa foi perdida quando por 293 votos favoráveis e 101
contrários, uma emenda que pretendia estabelecer uma cota de até 15% de
mulheres no parlamento brasileiro, foi derrotada. Como era matéria de emenda à
constituição, necessários eram 308 votos favoráveis para ser aprovada. Partidos
como o PT, PPS, PR, PSD, PC do B, PDT, PV e PSOL orientaram o voto SIM às suas
bancadas. Demais partidos, liberaram seus deputados.
Manifesto-me favorável a esse
tipo de cota, não de 15% apenas, mas de 50% de cota de gênero, 50% mulheres,
50% homens, pela simples razão de atualmente a legislação exigir que se obedeça
cotas de número de vagas de mulheres inscritas na coligação e não se exigir que
tal exigência abranja o total de eleitos. Por que uma regra para o antes e não
para o depois? Como se pode exigir percentual de inscrição de mulheres e não se
exigir o percentual de eleição de mulheres?
É tão fictícia a aplicabilidade
desta regra, que as coligações, inserem por inserir, as mulheres e estas, por
vezes, nem votadas são e quando são, tiram um, dois ou três votos...
Não resta sentido cobrar cotas
antes e tampouco, não aplica-las depois. Simples assim e nossos representantes
não consensuaram esse imbróglio.
Fico na torcida então, para que
as mulheres busquem um espaço mais amplo nas casas parlamentares. Primeiramente,
participando mais ativamente da vida partidária e colocando-se a disposição
para as disputas que se estabeleçam, pois, “lugar de mulher” é também na
política, representando os interesses de sua classe de gênero.